A Flor boiando Além da Escuridão
e
Ginástica Selvagem (nosso silêncio é o eco de seus pensamentos)
| ProAc Circulação de Espetáculo | 2012

Durante a circulação dos espetáculos A flor boiando além da escuridão, solo de Andreia Yonashiro dirigido por Joana Lopes; e Ginástica selvagem, dueto dirigido por Andreia Yonashiro; Andreia passa usar o nome "Cerco Coreográfico" para assinar suas realizações.


Ambargris – Ocupação Cerco Coreográfico
| Edital de Ocupação da Sala Renée Gumiel da FUNARTE SP | 2014- 2015

Entre agosto de 2014 e março de 2015 nós realizamos Ambargris – Ocupação Cerco Coreográfico na FUNARTE SP. Durante 8 meses criamos um cerco em torno da dança: foram reunidas num mesmo espaço-tempo aulas de Balé, técnicas de Cunningham, Graham, Contato Improvisação, Dança Africana, Cavalo Marinho, Danças Urbanas, entre outras. Inúmeras pessoas cotidianamente relacionaram-se com este cerco: ensinando, aprendendo, assistindo, conversando, apresentando, ensaiando, festejando, pensando, traduzindo, escrevendo...


Abertura e Graça
| 21 de Dezembro 2014

Coreografia de finalização do Ambargris, envolvendo aproximadamente 150 pessoas. Nesta ocasião, depois de 4h de roteiro coreográfico desenhado, no vazio final brotou uma grande explosão de movimento inesperado, circular e rítmico, cumprindo o destino do Cerco Coreográfico de, no seu rompimento, dar vazão ao surgimento de outras danças e de um lugar-que-não-existe.

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PoetCom n.1: Cerco Coreográfico Ambargris – Suavozmilê
| 2015 - 2017

Como fruto e documentação da Ocupação Ambargirs, surgiu a publicação PoetCom n.1, concebida como um cerco coreográfico de palavras. Nela, recolhemos vozes de pessoas que estiveram presentes de diferentes formas em Ambargris, que pronunciaram suas vidas em conversas, conferências e artigos. Lançamento previsto para meados de 2017.

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Estudo Para Estratégia
| Residência Lugarização e Ambargris | 2014

Uma ode ao tempo.
O temor ao tempo.
O sonho de escapar do tempo

Nessa dança existe uma investigação do peso e da respiração como caminhos para adentrar o espaço, em contraposição a gestos e contenções que desenham detalhes minuciosos. Existe o branco se contrapondo ao preto. O controle se contrapondo ao descontrole. Flerte com a tradução daquilo que é indizível.
“Estudo Para Estratégia” é um solo de Bárbara Malavoglia, iniciado na residência Lugarização da Cia. Corpos Nômades e com estreia em Ambargris.

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Eólitos
| Proac de Criação de Espetáculo | 2014

Do grego eos, aurora, e lithos, pedra, eólito na arqueologia remete às pedras lascadas que se supõe terem sido os primeiros utensílios trabalhados intencionalmente pelo homem. As pedras que sobreviveram ao tempo acumulam em si as forças de transformações carregadas naqueles gestos humanos que vislumbraram na natureza da pedra bruta a criação. O que hoje resiste nas formas reconhecidas destas pedras é também a força da própria natureza que através da água, do vento, da sedimentação e do calor retocaram estes primeiros gestos humanos.
Trabalho dirigido por Joana Lopes, dançado por Andreia Yonashiro e elenco.

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Terreyro Coreográfico
| 16º Programa de Fomento à Dança | 2015

Quando finalizamos Ambargris havia um movimento grande em curso, uma sede de continuar o trabalho tanto da nossa parte quanto de um grande coro de pessoas que se envolveu. Foi assim que em março de 2015 desembocamos no Terreyro Coreografico, projeto que se dedica a pensar coreografia e espaço público, idealizado por Daniel Kairoz, que acontece nos baixios do Viaduto Libertas (antigo Júlio de Mesquita Filho), no bairro do Bixiga. Dentre os inúmeros acontecimentos realizados pelo Terreyro Coreográfico, gostaríamos de destacar 2 momentos específicos de co-criação Cerco – Terreyro, o Ciclo de morar na coreografia e o Cerco Coreográfico Delta: abertura de cursos.

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Ciclo de morar na coreografia
| Julho 2015

O Ciclo foi uma imersão que buscou desvelar possibilidades do pensamento coreográfico. Envolveu um período extenso de corpo a corpo com materiais de referência partilhados entre nós e 4 dias de abertura da pesquisa, quando convidamos o público a vir conosco morar na coreografia, demorar-se nela.
Para cada dia um programa diferente: Desterritorialização Coreográfica [ estudo #290322 de coreotopologia], com Andreia Yonashiro; Jogos de Vibração, com Bárbara Malavoglia; A Dança é como a Água, com Marion Hesser; e Liberar Forças Coreográficas: o prazer da coreografia, com Daniel Kairoz.
Este foi um momento bastante crucial para a nossa pesquisa: durante a feitura do Ciclo encontramos materiais e metodologias que seguem nos acompanhando e instigando.

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Cerco Coreográfico Delta: abertura de cursos
| Agosto – Outubro 2015

Delta aconteceu entre agosto e novembro de 2015 nos baixios do viaduto Libertas (antigo Júlio de Mesquita Filho). Um cerco coreográfico entorno de 20 matérias de diferentes saberes e fazeres relacionados à coreografia, encarnadas na presença de aproximadamente 140 pessoas que escolheram estudá-las e assim serem substância em transformação.
Este foi um período de intensidade ímpar, em que pudemos sentir na pele as implicações de nossos propósitos. Ali, algumas pessoas que estiveram no Ambargris como alunos passaram a propor práticas, tornando-se professores – o que para nós foi uma passagem bastante significativa.
Oferecemos e frequentamos cursos de dança, repetição e composição coreográfica, filosofia, voz, escrita, linguagem de programação, leitura, tradução, caminhada e urbanismo. Nossa proposta aos interessados foi que cada pessoa escolhesse um mínimo de três matérias para cursar e, dessa maneira, adentrasse a coreografia num movimento de delta d'água; ou variação [ △ ]; ou encruzilhada [ Y ].

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Humus
| Agosto – Outubro 2015

Humus é um trabalho experimental concebido por Marion Hesser. entorno do corpo, do som e da escuta. Previsto para acontecer em 4 séries de procedimentos, deseja submeter nossa atividade humana criativa à força coreográfica exercida pelos órgãos do corpo. As séries Coreografar o Coração e Coreografar os Pulmões foram realizadas durante o Cerco Coreográfico Delta: abertura de cursos, nos baixios do viaduto Libertas (antigo Júlio de Mesquita Filho) ao longo de 10 semanas.

Para a medicina antiga grega, o humano é formado por quatro líquidos, ou quatro humores - sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra - perpassados por duas forças corpóreas que os unem - amor, philia - ou separam - ódio, neîkos. No grego, há três palavras diferentes para designar amor: philia, ágape e eros. O philos é o amigo. A combinação dos humores em equilíbrio - ou sua amizade - é a saúde. Cada humor é regido por um órgão específico: coração, pulmões, fígado e baço.

Ex.: procedimentos | estrutura | coração | timbre convidado: percussão africana | corrida com olhos fechados [3 ou 5 tiros] | ausculta do próprio coração [uso do estetoscópio] | escuta de fragmentos de textos | escuta de cada um dos timbres de cada um dos tambores [olhos fechados e o corpo imóvel] | pesquisa de movimento ancorada nos timbres e ritmos dos tambores [longa duração, 40'] | escrita

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Feitura do Corpo Rítmico
| ProAC Aprimoramento Técnico-Artístico | Janeiro – Julho 2016

Em 2016, vindas desse movimento do Ambargris, de nossa participação no Terreyro, do Ciclo de Morar na Coreografia e do Cerco Delta, pudemos nos debruçar mais concentradamente sobre algumas inquietações, especificamente sobre possíveis relações e fissuras entre a dança e a música.
Foi quando realizamos o projeto Feitura do Corpo Rítmico, com financiamento do Proac - Bolsa de Aprimoramento Técnico Artístico, onde pudemos nos dedicar cotidianamente ao estudo do ritmo e às especificidades de sua atuação em diferentes tradições poéticas, sejam elas coreográficas ou musicais. Realizamos uma imersão nas propostas de Émile Jaques-Dalcroze que incluiu períodos intensivos de aulas de rítmica tradicional, rítmica indiana (tala) e rítmica dalcroziana; um corpo-a-corpo com os escritos de John Cage sobre a dança e a música publicados em seu “Silence” e com a “Poética da Dança Contemporânea” de Laurence Louppe; e a repetição coreográfica de alguns trechos de danças de coreógrafos onde víamos uma força rítmica.
Emprestamos o conceito de “feitura do corpo” do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro para clarear esta ideia tão cara a nós: de que nossos estudos e conhecimento são corporificados, são alimentos para construção, destruição e transformação dos nossos próprios corpos.

Nesse projeto, para nossos estudos dalcrozianos fomos à Diamantina, em Minas Gerais, onde também participamos da I Mostra de estudos coreográficos UFVJM no Teatro Santa Isabel.

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Ao Ritmo
| Junho 2016

Como fruto do projeto Feitura do Corpo Rítmico realizamos uma partilha em forma de ateliê aberto, que nomeamos “Ao Ritmo” – três dias imersos em um casarão e um dia num vagão de trem.

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Ateliê de Rítmica Dalcroze
| Julho 2016

Como fruto do projeto Feitura do Corpo Rítmico, também organizamos o “Ateliê de Rítmica Dalcroze” ministrado pelo artista convidado José Rafael Madureira, nas Oficinas Culturais Oswald Andrade. Neste momento pudemos viver com um coro de dançarinos, atores e músicos o que havíamos vivido num ateliê mais íntimo em Diamantina, na UFVJM, quando fomos durante o projeto estudar com Rafael na sua própria paisagem.

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Uma Baleia Encalhada na Praia
| Vesica Piscis – Laban em Fluxo, Fomento à Dança I Junho 2016

Dessa criação, em parceria com Marion Hesser, Júlia Rocha e Marcius Lindner, diz Andreia Yonashiro:

Há dez anos medito sobre a criação de uma dança com esse nome. Inúmeros movimentos me conduziram a percorrer esse nome como se fosse uma nova galáxia, com seu caos e seus padrões a serem sentidos como vestígios corporais que tenta tocar, sem no entanto domesticá-los. No início achava que era uma metáfora para a gravidez, estado de vida quando um é igual a dois. Esta galáxia-título é ponto de convergência de uma situação limite que sustenta a dúvida como música que vem e vai, na água insistente que penetra por baixo, na areia insistente que abraça por baixo. A paisagem engole um corpo e assim, o ar transforma o peso, e ir para baixo significa ir para frente. Calor, gordura e respiração condensando um futuro que corre para trás cada vez mais rápido em busca de um som que ecoa quilômetros de nado livre. Paradoxalmente, lançar-me ao desafio de criar um sentido coreográfico que retorne sempre ao sentimento de início, sustentar um começar sem ecoar a palavra finalizar.

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Terreyro Coreográfico
| 20º Programa de Fomento à Dança | 2016

Nesta edição do projeto do Terreyro, idelizado por Daniel Kairoz, seguimos colaborando na estruturação de diversas ações na fricção entre coreografia, arquitetura e espaço público, junto com outros coreógrafos, atores, arquitetos e urbanistas. Além de uma composição de aulas sobre temas de nosso interesse, nos dedicamos principalmente à criação do DisSeminário Coreográfico, duas semanas de partilha de tudo aquilo que nos é mais caro, onde apresentamos publicamente a pesquisa do grupo. Também nos dedicamos à uma publicação sobre essas questões, nomeada “Mitológicas”, com lançamento previsto para Abril/2017.

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Sem título, Cerco Coreográfico
| Novembro 2016

Dentro da programação do DisSeminário Coreográfico, fomos convidadas pelo Terreyro a realizar uma atividade que dissesse do que é Cerco Coreográfico,. Nomeamos esse acontecimento de “Sem Título, Cerco Coreográfico”, remetendo às obras das artes visuais que após o título descrevem a técnica usada em sua feitura. Esse momento de abertura pouco depois da partilha “Ao Ritmo” se mostrou sequencial a ela e nos deu a ver um amadurecimento do que seria uma possível técnica Cerco Coreográfico. Percebemos a repetição de certas circunstâncias e procedimentos precisos que podem criar uma espécie de condição cerco.